A IN 35/2019, que trata das Boas Práticas de Fabricação (BPF) complementares a medicamentos estéreis, está em processo de revisão pela Anvisa. 

A revisão visa alinhar a instrução normativa com o novo Anexo 1 do Guia de BPF do PIC/S (Pharmaceutical Inspection Co-operation Scheme). O objetivo é atualizar as diretrizes para a fabricação de produtos estéreis, incorporando as melhores práticas internacionais. 

Principais pontos da revisão:

  • Alinhamento com o Anexo 1 do PIC/S:
    • A IN 35/2019 é uma tradução do Anexo 1 do PIC/S, e a revisão busca incorporar as mudanças e atualizações mais recentes desse documento. 
  • Sistemas de Barreira:
    • A revisão incluirá temas como sistemas de barreira de acesso restrito (RABS) e isoladores, que são tecnologias importantes para o controle da contaminação em áreas de produção estéril. 
  • Estratégia de Controle de Contaminação (CCS):
    • A revisão também abordará a estratégia de controle de contaminação, que visa garantir a qualidade e segurança dos produtos estéreis. 
  • Teste de Integridade Pré-Uso e Pós-Esterilização (PUPSI):
    • O PUPSI é um teste importante para garantir a integridade dos filtros e equipamentos utilizados na produção estéril, e a revisão da IN 35/2019 abordará sua aplicação. 
  • Monitoramento Ambiental:
    • O monitoramento ambiental é essencial para identificar e controlar fontes de contaminação, e a revisão da IN 35/2019 incluirá diretrizes para esse monitoramento. 
  • Esterilização de Liofilizadores:
    • A revisão também abordará a esterilização de Liofilizadores, equipamentos utilizados na produção de medicamentos liofilizados. 
  • Validação de Processos:
    • A IN 35/2019 estabelece critérios para a validação de processos assépticos, incluindo a realização de testes de simulação de processo asséptico e a definição de intervalos para sua repetição. 
  • Integração com a Agenda Regulatória:
    • A revisão da IN 35/2019 está alinhada com a Agenda Regulatória da Anvisa, que busca aprimorar a regulamentação da produção de medicamentos estéreis. 

Dessa forma, as empresas fabricantes de medicamentos estéreis serão impactadas uma vez que será necessária a atualização de seus processos e procedimentos para garantir o atendimento às novas diretrizes como por exemplo, utilização de equipamentos de envase como RABS ou ISOLADORES, o que irá requerer investimento significativo.

Conforme evento ocorrido no Sindusfarma em 05 e 06 de agosto/2025, a Anvisa comunicou que a partir da publicação da atualização da IN, as empresas deverão elaborar um documento de Análise de Risco para definir qual o equipamento mais adequado para seus processos, procedimentos a serem atualizados e cronograma de implementação. Este documento será objeto de avaliação durante as inspeções de Boas Práticas a serem realizadas pelas autoridades sanitária e o cronograma de implementação discutido com a empresa. Tal cronograma de implementação deverá conter as etapas do processo como: definição dos equipamentos, definição dos requerimentos do usuário, qualificação do fornecedor, aquisição, instalação, qualificação, validação dos processos incluindo Media Fill.

Este material tem apenas caráter informativo acerca de legislações de interesse amplo e geral na área regulatória-sanitária. Não configura uma análise exaustiva do tema e, isoladamente, não deve ser utilizado como base para tomada de decisões.